"Se
a água é a principal fonte de vida do planeta, o solo é o principal
gerente", foi com essa frase que a geógrafa Renata Aline
Pinheiro(foto) iniciou sua palestra sobre a desertificação/degradação ambiental
que atinge parte dos estados nordestinos Piauí, Ceará, Pernambuco e Rio Grande
do Norte. No Ceará as regiões que estão em processo mais avançado de
desertificação é os Inhamuns, Irauçuba e Médio Jaguaribe, que inclui
Jaguaretama com um percentual de 17%(dados de 2010) de sua área desertificada.
Segundo Renata que trabalha na Secretaria Estadual de Meio Ambiente, o Programa
de Ação Estadual de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da
Sêca-PAE-CE, tem um trabalho piloto na região dos Inhamuns, e "que vem
surtindo efeito", e aliado a "consciência" das pessoas é a forma
mais viável de amenizar o problema, enfatiza Renata, dizendo que essa situação
chegou a esse estágio em virtude das secas recorrentes,
pluviosidade irregulares, temperaturas elevadas, solos rasos, exploração
inadequada dos recursos hídricos, regeneração ambiental, impermeabilidade
rochosa, sem contar que a ação humana, o extrativismo vegetal, concentração
populacional, irrigação inadequada, queimadas, atividade pastoril intensa
e alta densidade demográfica, são fatores que de forma direta são
responsáveis pela desertificação. Mudar isso de acordo com a geógrafa "leva
tempo e exige políticas públicas, associadas ao entendimento do homem do
campo". Se bem que algumas práticas já são usadas no meio rural, diz ela,
e cita barragens subterrâneas, cisternas, reflorestamento, recuperação da mata
ciliar, plantio direto, adubação orgânica e cordões de pedra. Assegura Renata
"a cada dia os nossos rios e riachos estão ficando mais rasos", e
aponta o desmatamento desenfreado das margens do Rio do Sangue.
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