quinta-feira, 21 de setembro de 2017

MULHERES CONTAM A HISTÓRIA DO ALAGAMAR EM FORMA DE DESENHO

Um grupo de mulheres moradoras do assentamento Alagamar aliaram uma atividade do programa de serviços de convivência, da secretaria de assistência social, e fizeram um livro com desenhos contando a história do Alagamar velho(antes de ser coberto pelas água do Castanhão). A ideia surgiu  do pessoal ligado ao movimento dos atingidos por barragens, que copiaram do povo chileno a técnica arpilleras(retalhos de pano, agulha e linha). O trabalho foi elogiado por todos que participaram da apresentação do livro num evento promovido na creche do assentamento. Parabenizo as mulheres pelo belo trabalho que me encheu de emoção. Essa técnica eu jamais tinha visto. É preciso que outras pessoas tomem conhecimento dessa história, marcada por dificuldade e vitórias, disse o prefeito Glairton Cunha. A secretária de assistência social, Priscila Cunha, também elogiou o trabalho, "o serviço de convivência é isso, fortalecimento do vinculo na comunidade. Estou feliz ao ver o resultado desse  trabalho aqui no Alagamar e confesso que no inicio me preocupou".  Os desenhos ilustrados no livro relata o passado vivido pelas famílias no Alagamar Velho, e que saíram por conta das água do Castanhão. Diz Ana de Caboclo, "o rio era nossa vida, nele agente lavava roupa, plantava capim para os animais, batata pra gente comer. Mesmo com as dificuldades da época agente era feliz, hoje só restou saudade". A professora Socorro Barbosa enumera as coisas que tinham no velho Alagamar,  quadra esportiva, capela, escola, casa de farinha, a praça com a televisão pública, posto de saúde, pista de vaquejada, as cantorias, a desbulha de feijão, os trabalhos artesanais, "havia mais união entre as pessoas que se sentiam melhor". José Alves, diretor escolar e membro atuante do movimento dos atingidos por barragens conta, "tivemos que sair as pressas  e ocupar a BR para o governo liberar  recursos para nossas casas. Foi um momento tenso, tivemos ganhos e perdas, mas a comunidade se reconstruiu depois de muita luta". A saída apressada das famílias do velho Alagamar se deu no ano de 2004.quando as água encheram o açude Castanhão, e as pessoas foram morar em barracos improvisados na parte mais alta(chapada) do Alagamar. Foi um ano e meio de sofrimento, barracos quentes, missa debaixo de um  de pé mangueira, banheiro coletivo, água de carro pipa, espaço espremido. escola em galpão. Paralelamente eram construída as casas, que foram definidas os padrões e tamanhos pelos próprios moradores. Em julho de 2005  as famílias se mudaram para as casas. Um fato novo surgiu pela informação do IBGE de que o local aonde foram construídas as residências pertencia ao território de Jaguaretama, e que a população seria contada para o referido município. Diante dessa situação, nos idos do ano 2010 deu-se inicio o processo administrativo nas duas câmaras de vereadores(Jaguaretama e Jaguaribara). Só em 2011  num ato politico e administrativo na escola do assentamento com a presença dos dois prefeitos Edivaldo Almeida Silveira(Jaguaribara) e Afonso Cunha Saldanha(Jaguaretama) e diante da resistência de familiares, se oficializou  definitivamente a mudança de domínio das terras e da questão jurídica, incluindo os serviços oferecidos a população e os servidores municipais, que passaram  a pertencer a Jaguaretama.
mulheres com os desenhos do livro

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