terça-feira, 27 de junho de 2017

MÉDICO ALERTA, "TEM MUITA GENTE ADOECENDO DEVIDO AS CARVOARIAS".



O médico Emiliando Raimundo da Silva(foto) está preocupado e ao mesmo tempo  chama atenção das autoridades para o crescente número de pessoas  que estão adoecendo(enfisema pulmonar e alergia respiratória) devido as carvoarias nos assentamentos Luís Ferreira e Serrote Branco. Segundo o médico, a fumaça que sai dos fornos(foto) causa alergia respiratória que pode culminar com uma enfisema pulmonar e levar a morte". Acrescenta ele, "a gestão municipal tem criar meios para evitar essa atividade, que causa mal a saúde e estraga o meio ambiente". O agricultor José de Ana é um exemplo da gravidade da situação. Desde 2015 ele vive da sua casa para os hospitais, acometido de tuberculose. "O pior é tirar o carvão, um pó preto entra no nariz. Eu me sentia ruim aí abandonei, quem quiser adoecer é só queimar carvão", diz ele se esforçando para falar, e que hoje está sob os cuidados da família em uma casa alugada na cidade. Ele morou muitos anos no assentamento Luís Ferreira.  Luís Neres é outra vítima da fumaça dos fornos. Sua filha Neuma Paiva afirma que o pai saiu do Luís Ferreira no ano passado, "porque contraiu uma pneumonia, a fumaça parece uma névoa principalmente pela madrugada". Maria José Paiva, mora no assentamento Luís Ferreira e  conta que há dois anos toma Loratadina(contra alergia),  e que a doença é consequência da fumaça. "Tem dias que acordo a noite sufocada". Junto com o marido Jardel, que também queimava lenha, mas parou,  eles contam " que o ganho não compensa, eu não vou trocar minha saúde por lenha". Na mesma vila que eles moram outras pessoas também estão adoentadas devido a fumaça. No assentamento Serrote Branco, o presidente da associação, Leudes Silva que diz poucos assentados praticam a atividade, e admite que a fumaça é "ofensiva à saúde". Um assentado só concordou em mostrar um forno, se o nome dele não fosse citado e confessa, "eu queimava mas parei, passava de dois a três dias sem respirar direito". Sidronio Correia é outro que tem forno, mas disse que não queima mais lenha, "quem ainda queima é as madeiras que sobram das brocas(queimadas)". COMBATE- Informações dão conta da existência de fornos nos assentamentos Luís Ferreira, Serrote Branco, Campina Alegre, Campina Boqueirão, Brasibel, e nas localidades de Cumbe e Almas. Conta o ex-secretário José Auri Leite "que enfrentou uma barra pesada devido essa prática ilegal". O carvão produzido  custa em média R$ 6,00 o saco e é vendido no comércio local e para empresa Libra que fabrica ferro na cidade de Banabuiú. A mesma empresa compra pedra usada na fabricação de ferro. Boa parte dessa pedra é extraída do assentamento Brasibel. Segundo consta, o açude Banabuiú está sendo aterrado devido  a retirada de pedras em volta do reservatório(areia vai para o açude). O medo das pessoas  dar informação sobre essa prática, é defendida por uns "como alternativa para sobrevivência deles". O secretário de agricultura Raimundo Eudivan Silva afirma que o ideal para combater o problema seria formar uma parceria com o INCRA e SEMACE e ao mesmo tempo buscar alternativa para as pessoas que praticam  essa atividade. Ele cita um projeto chamado "crédito de carbono" financiado pelo governo federal. Já a secretária de saúde, Airlene Dantas disse que vai se inteirar melhor do problema e buscar a melhor maneira de resolver. Foram  feitas ligações para o superintendente do INCRA(Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Marcos Cals, mas não conseguirmos falar com o mesmo.


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