quinta-feira, 11 de abril de 2019

DESISTIMULADOS AGRICULTORES DEIXAM DE PLANTAR MILHO E FEIJÃO

Aos poucos as culturas de  milho e feijão estão deixando de serem plantadas e sendo  substituídas por culturas  que servem de alimento para o rebanho animal, como cana da índia e sorgo. Explicação para essa mudança está na ponta da lingua dos agricultores, "o preço dos produtos não compensa plantar", principalmente o feijão que na hora de vender o preço equivale a uma diária do trabalhador. Outro motivo que levou os agricultores a plantar "só para o consumo" foram  os sucessivos anos de poucas chuvas, inviabilizando a produção agrícola do município, que  em tempos áureos  chegou a produzir  grandes safras de feijão. Conta o comerciário Cicero da Silva que trabalha na loja de material agrícola, do comerciante "Beto da Codagro"  que no ano de 2010 a safra foi tão  grande, "que num dia só foram comprados 700 sacos de feijão, foi preciso uma carreta para transportar o produto". Ele diz mais, "o assentamento Alagamar era  o maior produtor de feijão, mas hoje com a concorrência do feijão que vem de fora(Bahia) o preço caiu  desestimulando até os compradores". Afirma ainda o comerciário que a queda na comercialização foi tão grande que "no ano passado Beto só comprou uns vinte sacos" e conclui, "foi do tempo que se plantava feijão, hoje ainda quem planta é só para o consumo familiar". Luís Ernesto morador do assentamento Alegre fala que o povo está ficando preguiçoso e completa, "plantar feijão  só para comer", e acrescenta, "o agricultor só trabalha meio dia e ainda cobra R$ 30,00 além da merenda e o almoço". Outro assentado, Francisco Alves Barbosa, conhecido por França,  diz, "o  consumo de feijão diminuiu tem gente que planta só para o gasto".INCENTIVO - Como forma de incentivar os agricultores a plantarem, a prefeitura pelo segundo ano  fez convênio com as associações comunitárias para aradar terras de plantio dos pequenos agricultores. De acordo com o secretário de agricultura Eudivan Silva foram aradados 520 hectares de terra, superando o ano passado, que foi 400 hectares. Além disso, também como incentivo, o governo estadual distribuiu 700 quilos de semente de feijão, 3l00 quilos de milho, 1100 quilos de sorgo e 89.900  toneladas de palma forrageira. Observa-se que gradativamente a distribuição de semente de feijão vem diminuindo,  cedendo lugar para cultivar como sorgo, que é alimento do rebanho animal. A expansão da área plantada de palma no município vem crescendo ano a ano, dado o valor nutritivo que a mesma tem. Sabedor disso os pecuaristas estão investindo na forrageira que chegou com força no município há pouco  menos de uma década. São justamente os pecuaristas que respondem pelo franco crescimento da bacia leiteira, que produz diariamente aproximadamente cem mil litros de leite, sendo  boa parte  para fabricação de queijo. Dados da ADAGRI - agencia de defesa agropecuária, o rebanho bovino de Jaguaretama é de 47.165 animais. Conforme Eudivan  o número de queijarias existente no município de aproximadamente 60, mas somente umas oito tem anuência da SEMACE para fabricação de queijo com certificado. Outro dado importante segundo o IBGE(20l5) a agropecuária do município  representa 19,98% da economia local.

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